A aprovação da reforma tributária tem o potencial causar impacto significativo sobre os negócios, uma vez que, com o objetivo de “tentar” simplificar a complexa tributação que ocorre hoje no Brasil, vai afetar diretamente a carga fiscal das empresas, sua competitividade e sua capacidade de planejamento financeiro.
A mudança nas alíquotas dos impostos é um dos principais temas que te sido discutido atualmente. Afinal, com a criação do IVA (Imposto Sobre Valor Agregado), muitos impostos serão unificados:
Os impostos federais: IPI, IRPJ, COFINS, IRPF, PIS, IOF e CID se tornam o CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços).
Já os impostos estaduais: ICMS, ITCMD, IPVA, ISS, IPTU, ITBI se tornam o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços).
Setores com reduções nas alíquotas podem ter uma diminuição da carga tributária, que pode liberar recursos para investimentos em crescimento, inovação e criação de empregos. Já no lado oposto, aqueles setores impactados com o aumento nas alíquotas podem sofrer com os custos operacionais mais elevados, que podem reduzir sua rentabilidade e capacidade de competir no mercado.
Nesse contexto, podemos destacar a discussão do Imposto Seletivo (IS). Também conhecido como o “Imposto do Pecado”, ele visa estabelecer uma alíquota mais alta para produtos/serviços prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. No entanto, estabelecer as regras e as diretrizes para a determinação deste imposto tem causado muita discussão entre os setores e gerado dúvidas.
Hoje o sistema tributário brasileiro é em cascata, com a tributação feita em vários níveis da cadeia de produção e distribuição, ocorrendo casos inclusive de haver tributação em cima dos próprios impostos. Este sistema complexo gera muitas distorções. Por conta disso, um dos principais objetivos da reforma tributária é corrigir estas questões, com um sistema de alíquotas diferenciadas para algumas categorias, mais justo e que incentive os setores produtivos.
A reforma prevê 4 tipos de alíquotas:
A alíquota padrão é estimada em 26,5%, podendo variar entre 25,7% e 27,3%.
Além das mudanças nas alíquotas de impostos corporativos, a reforma tributária irá introduzir novas regras e regulamentações que afetam a forma como as empresas operam e reportam suas atividades financeiras. Assim, terão alterações nos critérios de dedutibilidade de despesas, tratamento de receitas e despesas, e exigências de relatórios fiscais.
Essas mudanças podem requerer adaptações nos sistemas contábeis e de relatórios das empresas, aumentando os custos administrativos e a complexidade do cumprimento das obrigações fiscais.
A reforma tributária pode ter implicações significativas para as empresas que operam internacionalmente. Mudanças nas regras de tributação de lucros no exterior, tratados fiscais e créditos tributários podem afetar a estrutura financeira e a rentabilidade das operações internacionais das empresas. Isso pode exigir uma revisão das estratégias de expansão global das empresas e a consideração de novos modelos de negócios que minimizem a exposição a riscos fiscais e otimizem a eficiência tributária.
Além disso, a incerteza em torno das mudanças propostas na legislação tributária pode criar desafios adicionais para as empresas, incluindo atrasos em decisões de investimento e planejamento estratégico. A falta de clareza sobre os detalhes e cronogramas das mudanças tributárias pode dificultar a elaboração de estratégias de negócios de longo prazo e aumentar a volatilidade nos mercados financeiros.
Nesse sentido, se faz muito necessário acompanhar todas as discussões para manter um planejamento atualizado e pronto para ser adaptado conforme as necessidades da empresa.
Em resumo, os impactos da reforma tributária para os negócios podem ser amplos e variados, afetando desde a carga fiscal direta das empresas até suas operações, estratégias de expansão global e capacidade de planejamento financeiro.
É necessário que as empresas acompanhem de perto as mudanças propostas na legislação tributária, avaliem seu impacto específico e ajustem suas estratégias e operações para garantir sua sustentabilidade e competitividade a longo prazo.
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